A Síndrome da Ressecção Anterior Baixa (LARS, na sigla em inglês) é uma condição que pode ocorrer após a cirurgia de ressecção retal, um procedimento comumente realizado no tratamento do câncer de reto.
Essa síndrome envolve uma série de alterações na função intestinal, que podem afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Neste conteúdo, vamos abordar o que é a cirurgia de ressecção anterior baixa, explicar em detalhes o que é a LARS, destacar como a fisioterapia pélvica pode ajudar no tratamento e explorar outras opções terapêuticas disponíveis.
Cirurgia de Ressecção Anterior Baixa:
A cirurgia de ressecção anterior baixa é o procedimento cirúrgico preferido para tratar o câncer de reto.
Durante essa cirurgia, a parte afetada do reto é removida e a porção remanescente é reconectada ao cólon.
Geralmente, para permitir a cicatrização adequada, é criada uma ileostomia temporária, que desvia as fezes do cólon e do reto ressecado para uma bolsa de ileostomia no lado direito do abdômen.
Após um período de cicatrização, a ileostomia é revertida, permitindo que as fezes voltem a passar pelo cólon.
Síndrome da Ressecção Anterior Baixa (LARS):
Após a cirurgia de ressecção retal, alguns pacientes podem desenvolver a LARS, uma síndrome caracterizada por uma variedade de sintomas relacionados à função intestinal.
Esses sintomas podem incluir:
- Incontinência fecal;
- Agrupamento de fezes (aumento do número de evacuações em um curto período de tempo);
- Frequência aumentada das evacuações;
- Urgência extrema,
- Dificuldades para esvaziar o intestino;
- Alterações na consistência das fezes;
- Constipação,
- Dor retal;
- Função intestinal imprevisível.
Esses sintomas podem ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente.
Fisioterapia Pélvica no Tratamento da LARS:
A fisioterapia pélvica desempenha um papel importante no tratamento da LARS, visando melhorar a função intestinal e promover a recuperação da qualidade de vida.
Os fisioterapeutas especializados em saúde pélvica possuem conhecimentos específicos sobre os músculos e a função do assoalho pélvico.
Com base na avaliação individualizada de cada paciente, o fisioterapeuta pode adotar diferentes abordagens terapêuticas, como:
- Liberação miofascial: tratamento de restrições musculares e teciduais que possam estar contribuindo para os sintomas da LARS.
- Treinamento muscular do assoalho pélvico: exercícios específicos para fortalecer e melhorar o controle dos músculos do assoalho pélvico, ajudando a restaurar a força, coordenação e controle motor.
- Biofeedback: uma técnica que fornece informações ao paciente sobre o desempenho dos músculos do assoalho pélvico, auxiliando na correção de padrões disfuncionais e na melhora da consciência corporal.
- Treinamento com balão retal: um método que visa aumentar a percepção da distensão do reto, melhorando a sensibilidade da região, reduzindo a urgência e contrapondo o reflexo inibitório retos-anais em resposta ao enchimento retal.
Outras Opções de Tratamento:
Além da fisioterapia pélvica, existem outras opções terapêuticas que podem auxiliar no tratamento da LARS e na melhoria dos sintomas.
Uma abordagem multidisciplinar pode ser benéfica e envolver profissionais como dietistas, nutricionistas e médicos naturopatas, para orientar mudanças na dieta e nutrição.
É importante considerar a motivação e as expectativas do paciente, pois elas desempenham um papel fundamental nos resultados obtidos.
Além disso, é fundamental que os pacientes sejam informados sobre os riscos e benefícios da cirurgia de ressecção anterior baixa.
Pesquisas recentes sugerem que o tratamento da disfunção pélvica e intestinal antes da cirurgia pode contribuir para melhores resultados, mas são necessários mais estudos nessa área.